
HEAVY SEX
"[...] derrete identidades, construindo e destruindo suas possibilidades de estruturação. [...] códigos e códigos e códigos produzem uma teia complexa de significados, que mantém-se abertos. se o ruído é fundante na performance, talvez seja porque a contradição o seja para a identidade."
Amilton Azevedo sobre "Foda-se eu"
"[...] é uma obra cênica que versa sobre o eu. Mas, busca versar [...] a partir da negação. [...] não promove o desaparecimento ou a diluição, é uma negação como ato de enfrentamento, confronto, ato violento contra. Mas, um ato violento que contempla também o fracasso. Na diluição do eu, é necessário torná-lo alvo dos ataques, o que lhe confere certo protagonismo."
Heloisa Sousa sobre "Foda-se eu"
ESTREIA: 2025
Explora o peso da prática heterossexual de modo literal, dando a oportunidade de criar alguma performance e alguma dança em uma das maiores totalizações que podemos reconhecer na atualidade. Recheados de concreto, dois corpos inanimados são dispostos em cena, e cada um com sua marcação de gênero, correspondendo ao binarismo homem-mulher. A partir de técnicas coreográficas, teatrais, esportivas e pornográficas, performers são conduzidos à experimentação de um acontecimento a partir do esforço: sexo pesado é penitência, levantamento, sustentação.
Os manequins funcionam como objetos-antena, podendo captar e irradiar pornografia, tornando-se atriz e ator pornôs e objetos parciais de desejo das e dos performers, como também pode apresentar a frequência esportiva do rugby ou do jiujitsu, objeto de disputa ou oponente, respectivamente.
FICHA TÉCNICA:
CONCEPÇÃO E COREOGRAFIA: Tadzio Veiga
MANUFATURA DOS MANEQUINS E MANUTENÇÃO: Caio Netto, Henrique Exe e Tadzio Veiga
PODERÃO PERFORMAR E JÁ PERFORMARAM: Carol Gás, Danilo Narciso, Léo de Souza e Natália Karam
COMPOSIÇÃO MUSICAL: ViniTheKid
FOTOS: e elenco
VÍDEOS: e elenco
AGRADECIMENTO: Galeria Vermelho e VERBO - Mostra Performance Arte
HISTÓRICO:
"HEAVY SEX" teve sua estreia na Verbo 2025, no dia 4 de julho. É o primeiro formato estreado dentro da pesquisa que leva o título de "Teatro Gregarista: pesquisa e performance em agrupamentos aniquilatórios e semiotizações gregárias".
CRÍTICAS:
"[...] corpos e corpas se enroscam em danças e conflitos, em composições e coreografias partituradas e outras caóticas. alguém é atropelade. depois erguida. se a nudez não dizia nada, a sobreposição incessante de peças de roupa também faz o mesmo. códigos e códigos e códigos produzem uma teia complexa de significados, que mantém-se abertos. se o ruído é fundante na performance, talvez seja porque a contradição o seja para a identidade."
"eis me aqui, e daí?", por amilton azevedo no ruína acesa (15/02/2023)
"[...] é uma obra cênica que versa sobre o eu. Mas, busca versar [pesquise o verbete no Google] a partir da negação. Mas, essa negação não promove o desaparecimento ou a diluição, é uma negação como ato de enfrentamento, confronto, ato violento contra. Mas, um ato violento que contempla também o fracasso. Na diluição do eu, é necessário torná-lo alvo dos ataques, o que lhe confere certo protagonismo. Na recusa desse protagonismo (e da autorepresentação), uma escolha é promover um contraste entre o eu e o todo (ao invés do eu e o outro), o que alcança uma diluição do eu no coletivo, um apagamento da percepção de suas fronteiras (que continuam ali), quase como um movimento por ignorá-lo. Se não for possível foder eu, então que se foda."
"Escombros de um Teatro Punk", por Heloísa Sousa no Farofa Crítica (02/04/2023)