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RITO QUALQUER PARA QUALQUER COISA

"[...] é um acontecimento de ordem cênica que tateia, sem ignorar a complexidade das questões envolvidas, como estrutura-se a ritualidade em gestos sociais e místicos. uma busca corpóreo-visceral pelo êxtase, que transita também de algum modo pela penitência e provoca alguma outra coisa para além dessa binariedade."

Amilton Azevedo sobre "Rito qualquer para qualquer coisa"

"A questão é que perceber uma dissolução do eu pode fazer emergir estados transitórios de identidade e de comunidade e é, possivelmente, aí que que se elabora qualquer campo ético. O Teatro da Matilha nos devolve a nossa própria imagem, as paisagens de nossas relações de forma estranhada (animalesca, cômica, esvaziada) e, portanto, borra nosso processo de identificação."

Heloisa Sousa sobre "Rito qualquer para qualquer coisa"

ESTREIA: 2023

Trata-se de uma ocupação do espaço, do corpo e do movimento que exercita cenicamente uma dúvida fundamental do Teatro da Matilha, que atravessa a dança, a cena, as salas de ensaio e a vida cotidiana: algo verdadeiramente nos acontece? Respostas diretas e pouco elaboradas devem ser bem recebidas. Em meio às ferramentas que a Matilha tem, propõe-se a ocupação de um espaço determinado por jovens performers que buscam não apenas repetir modos de operação de diferentes ritos, de forma imatura, mas verdadeiramente elaborar um conjunto performativo e coreográfico que sirva para qualquer coisa – ainda que possamos compreender que não há algo a ser superado no ato. Um rito sem objetivo, sem significado e sem maturidade.

FICHA TÉCNICA:

CONCEPÇÃO E COREOGRAFIA: Tadzio Veiga

​PODERÃO COMPOR O ELENCO: Carol Gás, Giorgia Cirenza, Giorgia Tolaini, Iacê Andrade, Mariê Olops, Rodrigo Lopes, Shi Menegat e Tadzio Veiga

​PREPARAÇÃO E ESTUDO DE MOVIMENTO: Giorgia Cirenza, Iacê Andrade e Tadzio Veiga​

COMPOSIÇÃO E OPERAÇÃO MUSICAL: ViniTheKid

​LUZ: Giorgia Tolaini

​PRODUÇÃO DA ESTREIA: Shi Menegat​

​FOTOS DO PROCESSO DE CRIAÇÃO: Pedro Martins​

MÍDIAS DAS APRESENTAÇÕES: Ian Figlioulo, Pedro Martins e Wilson Julião

AGRADECIMENTOS: FUNARTE São Paulo e Sesc Pompeia

HISTÓRICO:

"Rito qualquer para qualquer coisa" é um trabalho que aprofunda algumas questões que haviam ficado em aberto em "Foda-se eu". Numa continuidade da pesquisa, mas em outro formato (intervenção/ performance em espaço de convivência) e com outra classificação indicativa (livre para todos os públicos), "Rito qualquer" estreou no Sesc Pompéia, no mês de junho de 2023. 

CRÍTICAS:

"[...] sem aderir a criticismos superficiais, busca, eminentemente na corporalidade, o que emerge a partir desses procedimentos. "Rito qualquer para qualquer coisa" é um acontecimento de ordem cênica que tateia, sem ignorar a complexidade das questões envolvidas, como estrutura-se a ritualidade em gestos sociais e místicos. uma busca corpóreo-visceral pelo êxtase, que transita também de algum modo pela penitência e provoca alguma outra coisa para além dessa binariedade. uma figuração performativa que habita a representação como chão para a abstração."

"êxtase, penitência, movimento", por amilton azevedo no ruína acesa (05/06/2023)

"Mas, tanto em “Rito qualquer…” quanto em “Foda-se…” o eu não é apresentado pela lógica do fracasso ou de uma crítica maniqueísta que o determina como algo necessariamente negativo; antes disso, as obras parecem por sobre o eu um olhar infantilizado, abstrato, comum que o expõe como algo que flerta entre um simbolismo e um niilismo radicais. Parece querer muito dizer algo, mas não diz coisa nenhuma, mas compreendemos muita coisa que, no fim, podem não dizer nada. Esse jogo poético próprio do Teatro da Matilha, elabora um olhar debochado sobre a realidade, sublinha o vazio e o nada, soa quase despretensioso, cultiva o fim de qualquer expectativa (nada vai nos acontecer na frente de vocês, veicula o grupo nas redes sociais) e, justamente por isso, consegue apontar para certa vastidão de signos, imagens, acontecimentos e sensações."

"O eu segue fodido", por Heloísa Sousa no Farofa Crítica (05/06/2023)

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