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FODA-SE EU

"[...] derrete identidades, construindo e destruindo suas possibilidades de estruturação. [...] códigos e códigos e códigos produzem uma teia complexa de significados, que mantém-se abertos.  se o ruído é fundante na performance, talvez seja porque a contradição o seja para a identidade."

Amilton Azevedo sobre "Foda-se eu"

"[...] é uma obra cênica que versa sobre o eu. Mas, busca versar [...] a partir da negação. [...] não promove o desaparecimento ou a diluição, é uma negação como ato de enfrentamento, confronto, ato violento contra. Mas, um ato violento que contempla também o fracasso. Na diluição do eu, é necessário torná-lo alvo dos ataques, o que lhe confere certo protagonismo."

Heloisa Sousa sobre "Foda-se eu"

ESTREIA: 2023

"Foda-se eu" é um estudo do corpo, um experimento cênico e talvez um espetáculo de dança-teatro edificado no conflito que a autodeterminação pode provocar em um corpo. "Foda-se eu" é uma lembrança para o elenco e uma implicação generalizada: antes de ser um grito coletivo, é um sussurro individual. É uma convocatória a um modo de presentificar o corpo, expressamente engajado na capacidade autodestrutiva da sobrevivência e da angústia. Não são procedimentos de desconstrução - não se supõe ser possível a superação da individualidade. Na verdade, levamos a autodeterminação muito a sério. Tão a sério que ela será percorrida em direção ao seu próprio limite, que sempre foi o seu lugar: aqui, finalmente, onde jovens não se engajam coletivamente para barrar a passagem de um carro, mas onde serão todes atropelades, amistosamente. 

FICHA TÉCNICA:

DIREÇÃO-DRAMATURGIA-COREOGRAFIA: Tadzio Veiga

PODERÃO COMPOR O ELENCO: Carol Gás, Giorgia Cirenza, Giorgia Tolaini, Iacê Andrade, Mariê Olops, Rodrigo Lopes, Shi Menegat, Tadzio Veiga e ViniTheKid

PREPARAÇÃO CORPORAL: Tadzio Veiga e Iacê Andrade

COMPOSIÇÃO E PERFORMANCE MUSICAL: ViniTheKid

DESENHO DE LUZ: Dener Moreira e Giorgia Tolaini

OPERAÇÃO DE LUZ: Dener Moreira ou Renan Coelho

FOTOS: Dener Moreira, Flopes, Giorgio D'Onofrio, Ian Figlioulo, Osmar Zampieri, Paula Squaiella, Wilson Julião e elenco

VÍDEOS: Ian Figlioulo, Paula Squaiella e Wilson Julião

EDIÇÃO DE VÍDEO: Shi Menegat e Tadzio Veiga

DESENHOS E MONTAGENS GRÁFICAS: Flopes

COLABORAÇÃO DURANTE A RESIDÊNCIA "AVESSO DO NARCISO": Ian Figlioulo e Nina Velho

AGRADECIMENTOS: Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo, Cia Carne Agonizante, Cia Fragmento de Dança, Complexo Cultural FUNARTE SP, Grupo XIX de Teatro e Kasulo Espaço de Cultura e Arte

HISTÓRICO:

Gerado em residência intitulada "Avesso do Narciso", nos espaços Kasulo Espaço de Arte, FUNARTE e Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo, "Foda-se eu" teve estreia na Sede do Grupo XIX de Teatro, em fevereiro de 2023, com dupla apresentação; em março de 2023, novamente mais uma dupla apresentação no mesmo espaço; e em única apresentação no festival latinoamericano Dança À Deriva, no Centro Cultural São Paulo, em outubro de 2023.

CRÍTICAS:

"[...] corpos e corpas se enroscam em danças e conflitos, em composições e coreografias partituradas e outras caóticas. alguém é atropelade. depois erguida. se a nudez não dizia nada, a sobreposição incessante de peças de roupa também faz o mesmo. códigos e códigos e códigos produzem uma teia complexa de significados, que mantém-se abertos. se o ruído é fundante na performance, talvez seja porque a contradição o seja para a identidade."

"eis me aqui, e daí?", por amilton azevedo no ruína acesa (15/02/2023)

"[...] é uma obra cênica que versa sobre o eu. Mas, busca versar [pesquise o verbete no Google] a partir da negação. Mas, essa negação não promove o desaparecimento ou a diluição, é uma negação como ato de enfrentamento, confronto, ato violento contra. Mas, um ato violento que contempla também o fracasso. Na diluição do eu, é necessário torná-lo alvo dos ataques, o que lhe confere certo protagonismo. Na recusa desse protagonismo (e da autorepresentação), uma escolha é promover um contraste entre o eu e o todo (ao invés do eu e o outro), o que alcança uma diluição do eu no coletivo, um apagamento da percepção de suas fronteiras (que continuam ali), quase como um movimento por ignorá-lo. Se não for possível foder eu, então que se foda."

"Escombros de um Teatro Punk", por Heloísa Sousa no Farofa Crítica (02/04/2023)

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